Para Refletir.....

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quinta-feira, 20 de março de 2014

20 de Março dia do Contador de Histórias

EE "Baptista Dolci" - Sala de Leitura "Castro Alves - 2011"

20 / 03/ - DIA DO CONTADOR DE HISTÓRIAS

Existe há 23 anos o Dia Internacional do Contador de Histórias, mais comum na Europa, é comemorado em 20 de março. A celebração mundial coincide com o início da Primavera no Hemisfério Norte e o início do Outono no Hemisfério Sul.
Sendo prática cada vez mais comum no Brasil, a contação de histórias hoje é vista como ferramenta importante no processo educacional envolvendo crianças e jovens. Segundo especialistas, a história narrada propicia espaço para a imaginação e criatividade, estimula o hábito e o prazer da leitura, favorece o desenvolvimento intelectual, favorece a produção de conhecimento, enriquece o vocabulário e estimula a comunicação oral.


A história da sua escola pode inspirar o mundo...

43º Concurso Internacional de Redação de Cartas da União Postal Universal (UPU) - 2014
EE "Baptista Dolci" - Sala de Leitura 'Castro Alves - 2011'
Tema: 'Escreva uma carta para dizer COMO A MÚSICA INFLUENCIA A VIDA.
Segue as 2 produções finalistas da Etapa Escolar:

Dolcinópolis, 12 de março de 2014.
                                                      Querida mãezinha
A música está presente em minha vida. Lembro-me bem do dia que ganhei meu instrumento musical e também do primeiro dia no meu curso de violão.
Desde então, comecei a perceber como a música influencia na vida das pessoas.
Ela acompanha a história da humanidade e ultrapassa as barreiras do tempo.
A presença da música na vida das pessoas é incontestável, pois ela exerce um grande poder sobre nossas emoções.
Quando ouvimos música desencadeamos emoções, lembranças e sentimentos diversos.
Podemos dizer que a música é considerada uma arte, porque ela muda comportamentos e cria estilos entre as pessoas.
No entanto, cada um de nós temos a capacidade de trazer para dentro de si mesmo seu estilo musical.
Diante de tantas coisas boas que a música pode nos proporcionar carrego comigo a certeza de que serei um dia um grande músico para tocar em grandes bandas.
                                                                               Um beijo grande.
                                                                               Ass: Erick Pereira Brussolo- 6º ano "A"

Dolcinópolis, 13 de março de 2014.
                                                                                     Querida Eloisa
Venho através desta carta, dizer-te como a música influencia a vida das pessoas despertando nela pensamentos, sentimentos e emoções.
É possível perceber isso observando o atual momento que o nosso país está vivendo, isto é, a oportunidade de receber um grandioso evento “a Copa do Mundo”.
Uma música que expressa muito bem o sentimento do povo brasileiro com relação a seu país é o Hino Nacional, que tem como autores – Letras: Joaquim Osório Duque Estrada e música: Francisco Manuel da Silva. Sendo apreciado através dos meios de comunicação como a TV, rádio, jornais e revistas.
Toda a população canta o Hino Nacional brasileiro, ficando claro o sentimento de nacionalismo, patriotismo e amor que a nação brasileira tem por seu país.
É expressado muitíssimo bem na letra do Hino este fervor com o povo canta-o, dizendo palavra por palavra com entusiasmo, garra e esperança, principalmente neste ano de 2014 que o Brasil joga em casa, sendo um dos países favoritos a conquista do título, tornando-se hexacampeão mundial, levando os jogadores e toda a torcida “Juntos num só ritmo”, sem fraudes e em perfeita harmonia.
Por fim, agradeço por sua atenção, peço que reflita em tudo que lhe disse com muito carinho.
Espero que possamos comemorar juntas a vitória do Brasil e cantar com mais orgulho o nosso Hino Nacional brasileiro.
                                                                                 Um grande abraço.
                                                                                 Thaís Enes Caramelo- 6º ano "A"




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Do amor à guerra

Os folhetos de cordel são uns pequenos livrinhos em folhas de papel jornal. Podem ter dois tamanhos, dependendo da extensão da narrativa contada. Quando ela é curta, o folheto mede 11 x 36 cm e contém oito páginas; quando a narrativa é mais extensa, ele mede 13 x 18 cm e pode ter até 64 páginas.
         Os temas são variados: seca, histórias de encantamentos, cangaço, gracejos, carestia, política, narrativas engraçadas para o povo rir, sátira. As narrativas mais extensas contam histórias de guerra e aventuras de amor, em poesia cantada e impressa. São os chamados romances. Originam-se do Romanceiro, um gênero poético oral de origem medieval, datado de 1421, que sempre narrava sobre algo que havia acontecido numa época concreta.
         A memória desses romances vive nos cantos das brincadeiras de roda e nos folhetos de cordel que, quando começaram a circular no Brasil, não tinham nenhuma ilustração em suas capas. Na parte superior havia o título em grande destaque, com letra maior e com adornos; desenho centralizado, contornado com uma frisa tipográfica, uma espécie de pequeno traço colocado em torno do título para dar-lhe maior destaque; na parte inferior há indicação do local, data e nome da tipografia.
(Edição Especial 100. Beliza Áurea de Arruda Mello pág 72. Revista de História da Biblioteca Nacional. Ano 9. Janeiro de 2014).


A história da xilografia,aqui, se mistura com a do cordel. Não há como desvincular uma da outra.

Poesia com carimbo popular
No Brasil, a xilogravura se disseminou como técnica de expressão à medida que foi associada à literatura de cordel.
No Princípio Era a Voz que se fez letra e, depois, xilogravura. Esta é a gênese do cordel no Brasil. A voz da poesia cantada que depois vira letra impressa no folheto e, por último, é acompanhada da xilogravura como ilustração. A história da xilogravura, aqui, se mistura com a do cordel. Não há como desvincular uma da outra.
         O folheto de cordel nasceu como forma de imprimir os versos entoados pelos cantadores-poetas do povo que interpretam os desafios. O primeiro folheto de que se tem notícia apareceu em Recife, em 1865, impresso na Tipografia de F. C. Lemos e Silva, com o título imenso de Testamento que faz um macaco especificando suas gentilezas, gaitices, sagacidade, etc. Mas foi a partir da abolição da escravidão do Brasil, em 1888, que houve o fortalecimento dessa nova forma de expressão.
         Os ex-escravos podiam agora ser integrados ao mercado de trabalho formal e assalariados. Entre as novas profissões, proliferava a de vaqueiros, encarregados de transportar o gado pelos sertões do Nordeste. Muito desses caqueiros eram poetas do povo que entoavam aboios, canto típico do trabalho para tanger o boi; ou desafios, uma disputa poética cantada de improviso; ou ainda pelejas, outra espécie de luta poética em horas de trabalho, de folga e de festa. Os poetas, nascidos em zona rural, estavam “livres” e tinham certa autonomia para deslocamentos físicos.
         Um dos primeiros e mais conhecidos poetas populares do Nordeste foi Leandro Gomes de Barros, nascido em 1865, na cidade de Pombal, no sertão da Paraíba. Em seus folhetos é possível encontrar narrativas sobre bois muito recorrentes nos sertões nordestinos, como O Rabicho da Geralda. A história é tão comum que o escritor José de Alencar chegou a classificá-la de “poemeto sertanejo”. São dele célebres folhetos de cordel, como O cavalo que defecava dinheiro, que inspirou o Auto da Compadecida, do escritor Ariano Suassuna, e a Batalha de Oliveiros com Ferrabrás, um clássico baseado no tema do rei Carlos Magno e sua luta com o diabo. Pela qualidade dos seus cordéis, ele foi chamado por Carlos Drummond de Andrade de o “príncipe dos poetas”.
         Outros pioneiros – todos paraibanos – são: Silvino Piruá de Lima, nascido em 1848, que escreveu A História de Zezinho Mariquinha; Francisco das Chagas Batista, nascido em 1882, que em 1902 publicou Saudades do Sertão; e João Martins de Athayde, nascido em 1880, autor de O preto e o branco apurando qualidade, de 1908, e responsável por introduzir ilustrações nas capas dos folhetos de cordel no Brasil. Tanta ebulição cultural na Paraíba produziu, em 1913, a Popular Editora, uma casa de cordéis criada pelo poeta Francisco das Chagas Batista – tão importante para a expressão cultural do Brasil que Mário de Andrade chegou a dizer que merecia ser “célebre no país inteiro, se nós fossemos verdadeiros patriotas”.
         A xilogravura trata-se de uma técnica ancestral que provavelmente se originou na China, no século II a. C. No Extremo Oriente, ela era utilizada para impressão em tecidos, além do papel. Na Europa, foi amplamente empregada nas ilustrações e impressão de cartas de baralho, imagens de santos, guerreiros, reis e rainhas, e cenas de calendários.
A xilogravura ajudava a fazer a “propaganda” dos fatos que interessavam à população. Era tão popular nos séculos XIV, XV e XVI que passou a ilustrar os romances de cavalaria, e até os autos de Gil Vicente – peças teatrais curtas sobre temas religiosos e cômicos, que também influenciaram Ariano Suassuna no seu Auto da Compadecida.
         No Brasil, a xilogravura passou a ser produzida em 1808 pela imprensa, que fazia pequenos anúncios de publicidade em jornais, revistas, e também em ilustração de livros. A técnica propagou-se rapidamente no Nordeste. Quase um século depois, em 1907, apareceu o primeiro cordel ilustrado com xilogravura: A história de Antônio Silvino, escrito por Francisco das Chagas Batista.
         Se a Paraíba é o estado dos pioneiros do cordel, o Ceará é um celeiro de bons xilógrafos, alavancados por José Bernardo da Silva, o maior editor de literatura de cordel durante os anos de 1940 a 1960. José Bernardo chegou a Juazeiro do Norte, no Ceará, na década de 1920, e logo iniciou suas atividades como folheteiro – como eram conhecidos os vendedores de cordel. Em 1932, comprou sua primeira máquina (uma rudimentar impressora de pedal) e fundou a Tipografia Lira Nordestina. Sua atividade editorial alcançaria o apogeu em 1950 por causa da ilustração em xilogravura de muitos folhetos do cordel: Alonso e Mariana, Juvenal e o dragão, João e Donzela Teodora, entre muitos. Logo, a xilo passou a ser o grande atrativo dos cordéis. Graças ao incentivo de José Bernardo, outros grandes xilógrafos, como Mestre Noza, Antônio Relojoeiro e Expedito Sebastião da Silva, ficaram conhecidos. A tradição da gravura no Ceará se mantém até os nossos dias, com Abrão Batista, ilustrador dos seus próprios cordéis, e com o poeta e xilógrafo José Louzeiro.
(Edição Especial 100. Beliza Áurea de Arruda Mello págs 70 e 71. Revista de História da Biblioteca Nacional. Ano 9. Janeiro de 2014).


terça-feira, 18 de março de 2014

Literatura Brasileira

Vidas Secas conta a história de uma família de retirantes composta por Fabiano, Sinhá Vitória, o menino mais velho, o menino mais novo e a cachorra Baleia, que, por causa da seca, atravessa o sertão nordestino em busca de meios para sobreviver. Podemos sentir a dor, a fome e a situação extrema do menino mais velho, sem nome – quase sem vida -, que pergunta para a mãe, Sinhá Vitória: “o que é inferno?”.

         Poesia, dor, o preto e branco, silêncio, sons da carroça, que criam uma dissonância ensurdecedora, uma aventura para viajar pelo sertão brasileiro, tão antigo quanto presente, tão distante quanto perto no espaço e no tempo, lembrado pelas intenções políticas e esquecido nas agendas de ações decisivas. Vidas Secas Graciliano Ramos. Presença Pedagógica. V.20. n.115. jan./fev. 2014.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Dizeres do nosso poeta brasileiro Castro Alves






14/03/2014 - Castro Alves o poeta dos escravos - 3ª fase do Romantismo ( poesia social )

Nome completo- Antônio Frederico de Castro Alves – O poeta dos escravos

Nascimento- 14 de março de 1847

Fazenda Cabaceiras, próxima a Curralinho, atual Castro Alves

Morte- 6 de julho de 1871 (24 anos) Salvador

Nacionalidade- Brasileiro

Ocupação- Poeta

Escola / tradição Romantismo


quinta-feira, 13 de março de 2014

Leitura Literária

Triste Fim de Policarpo Quaresma
             “Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário público, certo de que a língua portuguesa é emprestada ao Brasil; certo também de que, por esse fato, o falar e o escrever em geral, sobretudo no campo das letras, se veem na humilhante contingência de sofrer continuamente censuras ásperas dos proprietários da língua; sabendo, além, que, dentro do nosso país, os autores e escritores, com especialidade os gramáticos, não se entendem no tocante à correção gramatical, vendo-se, diariamente, surgir azedas polêmicas entre os mais profundos estudiosos do nosso idioma, usando do direito que lhe confere a Constituição, vem pedir que o Congresso Nacional decrete o tupi-guarani, como língua oficial e nacional do povo brasileiro.
             O suplicante, deixando de parte os argumentos históricos que militam a favor de sua ideia, pede vênia para lembrar que a língua é a mais alta manifestação da inteligência de um povo, é a sua criação mais viva e original; e, portanto, a emancipação política do país requer como complemento a sua emancipação idiomática.

 (Barreto, Lima. Triste Fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Editora Brasiliense, 1959,PP. 80-81. Revista Língua Portuguesa pág 35. Ano 9. Nº 100. Fevereiro de 2014).

Indicação de leitura literária

A Bagaceira
             Era o êxodo da seca de 1898. Uma ressurreição de cemitérios antigos – esqueletos redivivos, com o aspecto terroso e o fedor das covas podres.
             Os fantasmas estropiados como que iam dançando, de tão trôpegos e trêmulos, num passo arrastado de quem leva as pernas, em vez de ser levado por elas.
             Andavam devagar, olhando para trás, como quem quer voltar. Não tinham pressa de chegar, porque não sabiam aonde iam. Expulsos de seu paraíso por espadas de fogo, iam, ao acaso, em descaminhos, no arrastão dos maus fados.
             Fugiam do sol e o sol guiava-os nesse forçado nomadismo. (...)
             Vinham escoteiros. Menos os hidrópicos – doentes da alimentação tóxica – com os fardos das barrigas alarmantes.
             Lúcio almoçava com o sentido nos retirantes. Escondia côdeas de pão para distribuir com eles, como quem lança migalhas a aves de arribação.
             A cabroeira escarinha metia-os à bulha:
-  Vem tirar a barriga da miséria...
Párias da bagaceira, vítimas de uma emperrada organização do trabalho e de uma dependência que o desumanizava, eram os mais insensíveis ao martírio das retiradas.
A colisão dos meios pronunciava-se no contato das migrações periódicas. Os sertanejos eram malvistos nos brejos. E o nome de brejeiro, cruelmente pejorativo. (...)
Dagoberto olhava por olhar, indiferente a essa tragédia viva.
A seca representava a valorização da safra. Os senhores de engenho, de uma avidez vã, refaziam-se da depreciação dos tempos normais à custa da desgraça periódica.
(Revista Língua Portuguesa pág36. Ano 9. Nº99. Janeiro de 2014).